eu vi um homem morrendo

pra morrer basta estar vivo.
detesto os ditados da minha bisavó que minha mãe sempre repete, mas ele estava lá no ponto de ônibus e puf! caiu.
de cara no chão foi socorrido por transeuntes que tentaram fazer o que puderam - o que viam nas novelas e filmes.
do buzú meu celular tocou e eu não consegui atender ao acompanhar da janela a respiração cada vez mais ofegante daquele senhor com o rosto ensanguentado.
um sujeito massageava seu peito.
uma moça chamava a ambulância desesperada.
de olhos fechados, puxou todo o ar que pôde e, silenciosamente, congelou.
congelamos.